Síndrome de Burnout

Muito se tem falado ultimamente sobre o Síndrome de Burnout (principalmente depois do estudo da DECO). Mas em que consiste e quem afeta?

A exigência no mundo profissional nunca foi tão grande como aquela que presenciamos nos dias de hoje: os trabalhadores estão sempre ligados, passam longas horas a trabalhar e existe pressão para que se alcancem resultados.

Nem todas as pessoas conseguem lidar com esta pressão da melhor maneira: o desejo de demonstrar um alto grau de desempenho, a necessidade de se afirmar e de cumprir todas as tarefas propostas com sucesso, podem levar a que surjam problemas quer a nível psicológico, quer a nível físico, traduzido em desgaste, fadiga e exaustão. Desta forma, quando estamos perante períodos de esforço excessivo, difícil de gerir, com poucos ou reduzidos intervalos para recuperação, pode surgir o Síndrome de Burnout, também conhecido como Síndrome de Esgotamento Profissional.

Relativamente ao estudo que referi logo no início desta publicação, revelou que um terço dos trabalhadores que participaram no mesmo, estão em risco de desenvolver esgotamento profissional. Mais que isso, estima-se que os profissionais em maior risco de desenvolver este síndrome são os empregados de lojas e supermercados (43%), profissionais de saúde, não médicos (39%), quem trabalha em serviços administrativos (37%) e em profissões ligadas ao ensino (28%).

Arrisco-me a dizer que a maior parte das pessoas em risco de desenvolver esgotamento profissional são aquelas que contactam com o público no desenrolar das suas profissões.


Como evitar ou contornar o Burnout?

Existem várias técnicas que podem ser empregues para contornar ou ajudar a minimizar o stress crónico que o trabalho nos pode provocar:
  • Adotar um estilo de vida saudável. Comer corretamente, dando ênfase à dieta mediterrânica, e praticar exercício físico. Este último ajuda não apenas a manter o corpo são, mas também contribui para a saúde cognitiva.

  • Estabelecer limites. Fazer o que é humanamente possível e não nos sobrecarregarmos com trabalho que dificilmente se consegue fazer por uma pessoa apenas.

  • Alterar as rotinas diárias. No lugar de ir imediatamente para casa, procurar visitar sítios ou fazer algo que nos agrade e ajude a relaxar.

  • Aprender a gerir o stress e pensar sempre positivo.

  • Dormir. O respouso é fundamental, pois dormir menos conduz inevitavelmente a uma menor produtividade e até ao risco de desenvolver determinadas doenças.

  • Talvez o mais importante: ter atenção aos períodos de recuperação. E quando se fala em recuparar, não consiste apenas na paragem depois do trabalho, mas também em pequenas pausas que permitam ao pensamento divergir para outras paragens durante o exigente dia de trabalho.
O Síndrome de Burnout é um risco presente em grande parte da população. Talvez seja uma doença do século XXI ou sempre tenha existido. Contudo, não deve ser substimado em circunstância alguma: pode afetar a nossa vida pessoal/familiar, social, profissional e também a nossa saúde.

A fotografia que escolhi, não podia ser outra a não ser a da conclusão do meu doutoramento. Para quem já passou pelo mesmo, sabe que estamos perante uma exigência física e mental extraordinária que será difícil de ultrapassar se nos deixarmos engolir por todo o stress e pressão envolvidos.

Mas, no fim, o orgulho e reconhecimento, fazem-nos perceber que tudo valeu a pena... E isto não se aplica apenas ao doutoramento, mas a todos os empregos.



Comentários

  1. Eu vou falar por mim. Trabalho no comércio, sou mãe e tenho uma casa.
    1°- pausas só na hora do almoço e é dentro do edificio do trabalho que grande parte da empresa almoça. ( não há mais pausas)
    2°-Quando acaba o dia de trabalho o unico trajeto que faço é ir ter com o meu filho, para tratar dele. As pessoas com familias não se podem dar ao luxo de deixarem os miudos na escola e irem beber um copo. (Era bom que isso pudesse ser assim)
    3°- Gerir o meu stress, ai às vezes é dificil, com clientes que nos tiram do sério. Um dia sou funcionária de comércio, tem dias que sou psicologa, outros dias somos saco de pancada. É dificil ser positiva e não ter stress com clientes que acham que são mais do que nós funcionárias do comércio.
    E o que sentiste no doutoramento é um terço da pressão que sentimos no local do trabalho, seja ele qual for.

    ResponderEliminar
  2. Eu também trabalho com público e, por esse motivo, sei muito bem do que falas. Há dias (geralmente aqueles em que temos menos paciência) que parece que nos calham os tesourinhos todos.
    Relativamente ao que senti no doutoramento, não é 1/3 do que sentimos em qualquer local de trabalho. Eu, que já passei pelas duas vertentes, posso garantir que não é.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário